Reflexões sobre o medo do escuro: o que isso revela sobre sua sombra
O medo do escuro é um dos receios mais comuns e, ao mesmo tempo, um dos mais profundos que carregamos. Para muitas pessoas, ele surge na infância e pode se estender pela vida adulta, manifestando-se de formas sutis, como o desconforto em estar sozinho à noite ou a necessidade de manter luzes acesas. Eu mesma já tive muito medo do escuro. O silêncio, a vastidão da noite e o desconhecido que se esconde nas sombras me causavam uma inquietação profunda. Mas, com o tempo, percebi que esse medo era, na verdade, um convite para olhar para dentro.
A escuridão sempre foi associada ao desconhecido e ao oculto, tanto no mundo externo quanto dentro de nós. Quando tememos o escuro, muitas vezes estamos temendo aquilo que não conseguimos ver ou compreender em nós mesmos. A sombra – termo cunhado por Carl Jung – representa as partes da nossa psique que foram reprimidas, escondidas ou rejeitadas ao longo da vida. Assim, o medo do escuro pode ser, na verdade, o medo de encarar a própria sombra, aquelas emoções, desejos e memórias que preferimos deixar enterrados.
O caminho para a integração da sombra passa pela aceitação do desconhecido e pela coragem de atravessar a escuridão. No meu próprio percurso, o que antes parecia impossível se transformou em um abraço acolhedor. Hoje, sinto a noite como um manto protetor, um espaço sagrado onde posso mergulhar profundamente em minha essência. Ao invés de fugir do escuro, passei a vê-lo como um portal para o autoconhecimento e a espiritualidade.
Se você sente medo do escuro, convido você a refletir: o que há nessa escuridão que desperta tanto desconforto? Existe algo dentro de você que teme ser visto? Muitas vezes, aquilo que mais evitamos é justamente o que mais precisa de atenção e cuidado. A noite não é apenas um espaço de sombras, mas também de mistérios, revelações e possibilidades infinitas. E quando aprendemos a caminhar nela sem medo, descobrimos que a escuridão não nos ameaça – ela nos convida a despertar.
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